Este blogue foi criado no âmbito da unidade curricular de técnicas de animação de grupo, do curso de licenciatura em Educação Socioprofissional , dirigida pelo Master Carlos Jorge De Sá Pinto Correia.

A continuação deste blogue está a ser feita na unidade curricular de Metodologias e Técnicas de Educação Gerais e Especiais II dirigida pela docente Dra. Maria Orquídea Campos.

Pretende-se dar a conhecer e a alargar as fronteiras do que é verdadeiramente um futuro Educador Socioprofissional, assim como uma partilha e interacção sem limites de vários pontos de vista, conteúdos curriculares e temas pertinentes.

Filme: A guerra do fogo




Ficha Técnica
Director: Jean-Jacques Annaud
Elenco: Everett McGill, Rae Dayn Chong, Ron Perlman, Nameer El-Kadi, Gary Schwartz, Kurt Schiegl, Frank Olivier Bonnet, Brian Gill.
Produção: Michael Gruskoff, Denis Heroux, John Kemeny
Roteiro: Gérard Brach
Fotografia: Claude Agostini
Trilha Sonora: Philippe Sarde
Duração: 97 min.
Ano: 1981
País: França/ Canadá
Gênero: Aventura
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Análise Globalizante
Exposição das ideias principais

Este filme retracta a terra, o modo de vida dos seres humanos e as suas relações interpessoais, à cerca de 80 mil anos, na altura do Paleolítico Médio. Esta obra cinematográfica conta-nos a história de uma tribo que considerava o fogo como uma chama sagrada; a chama apagou-se e como não a sabiam acender tiveram de ir à procura de outra chama assim. Nesta procura incessante pelo fogo, cruzaram-se com outras tribos, e aprenderam a produzir e a utilizar fogo. O filme reproduz ainda os primórdios do amor e das relações do Homem com o seu semelhante.

Apresentação dos aspectos positivos / negativos
De uma maneira globalizante são retratados aspectos bastantes positivos acerca deste filme, apesar de já ter alguns anos, esta obra cinematográfica continua a ser uma obra de excelência, a originalidade dos cenários, das personagens e a linguagem utilizada no filme (gritos e grunhidos) só nos levam a considerar que estamos diante de um dos melhores filmes sobre a pré-história alguma vez realizado.
A interacção entre as tribos, as relações interpessoais, a descoberta do fogo e o princípio do amor, fazem desta obra, uma fantástica história. Negativamente considero que só se podem apontar as cenas chocantes no filme, violência e sexo, uma vez que estas podem ferir a susceptibilidade dos espectadores.


Pertinência pedagógica
A componente pedagógica é recrutada várias vezes ao longo do filme em diversas áreas: técnica (domínio do fogo – aquecimento, defesa, luz e preparação dos alimentos; técnicas de ataque, defesa e camuflagem, com o fim de zelar pelo grupo), afectiva e sexual (passagem de uma relação meramente sexual para uma relação afectiva cara a cara reforçando os laços de envolvimento; Desenvolvimento das emoções dentro e fora do grupo – expressão de sentimentos como a tristeza e a alegria através do choro e do riso), grupal (interacção do homem com o seu semelhante), medicinal (utilização de algumas plantas como forma de remédio), estética (pinturas corporais e faciais como sinónimo de beleza), religiosa (consideração do fogo como a chama sagrada) e organizacional (existência de um líder por grupo e a distribuição bem definida das tarefas pelos seus membros).

Palavras-chave

A guerra do fogo; grupo; amor; afectividade; sexualidade; relacionamento; descoberta do fogo; técnica; protecção; pré-história; filme; linguagem; Homem;

Análise Concentrada
Descrição do contexto e das situações/ reconstrução da temática (história)

A história inicia-se com uma tribo que vive em cavernas e possui um bem muito precioso – a chama sagrada (fogo), é um bem precioso uma vez que a tribo não o sabe produzir. Esta tribo é atacada por outra, que lhe acaba por roubar a chama. Sem o seu bem preciso, o ancião/ chefe da tribo, elege três membros para irem à procura de uma nova chama.
Os membros que vão à procura da chama sagrada, durante a “viagem”, encontram várias dificuldades, como a falta de alimentos e o cruzamento com animais ferozes (num momento de fome, encontram uma carcaça humana, mas ao reconhecerem que é humana, recusam-se a comê-la – respeito à condição humana).
A procura pelo fogo segue, e avistaram uma tribo canibal que tinha em sua posse uma chama sagrada, e duas mulheres capturadas (de outra tribo mais evoluída), ao verem o tal, os três homens entram em conflito com a tribo canibal, numa tentativa de levarem consigo a chama sagrada e libertarem as mulheres. Acabam por não conseguir ficar com a chama, mas uma das mulheres fica livre, e começa a seguir os homens, no entanto eles rejeitam continuamente a sua presença, até que ela se aproxima do chefe do grupo e com uma mistura de ervas, tenta curar um ferimento dele, a partir deste momento o grupo parou de a rejeitar.
Como a mulher era de uma tribo mais evoluída, foi permitido aos homens terem contacto com formas de linguagem mais avançadas (expressadas, por exemplo, através do riso), aprenderem a lidar com a diferença e aceitação do outro, conheceram formas de representação gráfica e começaram a criar utensílios, mas a grande aprendizagem destes três homens, foi criar fogo através de atrito.
Numa noite, um dos elementos do grupo, tenta ter relações sexuais com a mulher, mas esta refugia-se com o chefe e acabam por se envolver, inicialmente de forma animalesca passando depois para uma relação afectiva, cara a cara.
O grupo volta à sua tribo, com a chama sagrada e levam também consigo a mulher, no entanto ao chegarem à tribo, a chama apaga-se, e a tribo fica furiosa, mas essa fúria abrandou no momento em que o chefe do grupo tenta fazer fogo com atrito, após várias tentativas falhadas, a mulher decide fazer ela o fogo, como ela conseguiu, a tribo acalma-se e fica satisfeita.
O filme acaba com a mulher e o chefe a sós, numa noite de luar, os dois descobrem que vão ser pais, e ambos, num momento de ternura, acariciam a barriga da futura mãe.